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Uma historinha de renas- parte final



Uma historinha de renas-- Parte Final



Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago selecionaram trinta renas jovens, com força o bastante para puxar o trenó do Papai Noel. Imediatamente, começaram a treiná-las.

Cada duas renas do Papai Noel encarregou-se de um grupo, e Rodolfo preferiu não treinar as novas renas. O treinamento era igual para todas: bastante exercício e treinos de corrida na neve. Depois de algumas semanas, as renas começaram a ser treinadas para puxar o trenó, bem pesado, na neve. Se elas conseguissem cumprir a tarefa na neve, não haveria dificuldade em fazer o mesmo galopando pelos céus.

Passaram-se mais algumas semanas, e Cometa e Cupido deram a notícia:

  • Nossas renas estão habilitadas a puxar o trenó! Treinamo -as com afinco e elas estão no ponto!

  • Imagino que estejam bem preparadas- disse Raposa – mas duvido que estejam melhor treinadas do que as nossas! Corredora e eu temos convicção que as nossas renas estão preparadíssimas.

  • As suas estão bem treinadas? - interrompeu Empinadora – pois saiba que as renas que eu e Dançarina treinamos são as substitutas perfeitas, já dominam completamente a condução de trenó!

  • Ora, faça-me o favor! - ironizou Trovão – Vocês se preocupam mais com a coreografia do galope do que com a velocidade! As nossas, sim, são as renas ideais: só perdem em velocidade para a luz. E mesmo assim, por pouco! - disse, referindo-se às renas treinadas por ele e Relâmpago.

E nisso começou-se uma grande discussão, com cada uma das renas do Papai Noel dizendo que seu grupo estava melhor habilitado para serem as renas substitutas. Rodolfo, sempre sensato, tentou encerrar o assunto:

  • Tenho certeza que todas as renas estão aptas a exercer a função – disse. - Sei da capacidade de cada uma de vocês e suas renas não poderiam ter tido melhores professores...

  • Deixa disso, Rodolfo – interrompeu Raposa. - Você sempre vem com este jeitinho, querendo dar uma de bonzinho e apaziguar a todos. Mas estamos falando de nossas substitutas, e as melhores terão que ser escolhidas. Simples assim. Você não quis treinar nenhuma rena e nós não lhe impusemos isto. Mas agora, cabe a nós, que as treinamos, decidir o que devemos fazer. Eu proponho que façamos uma corrida entre as renas novatas.

  • Isto mesmo! - concordou Relâmpago. - Este é o melhor jeito de encerrarmos esta discussão de uma vez.

E todas as renas voltaram a falar ao mesmo tempo, cada uma sugerindo um dia e um local para a corrida. Umas diziam que a corrida deveria ter obstáculos, outras sugeriam colocar um peso extra no trenós. Rodolfo ouvia a tudo, calado. Virou as costas e saiu andando, sem que notassem sua ausência. Não cabia em si de tanta preocupação.

Rodolfo andou desanimado até chegar em casa. Estavam lá as cartinhas de todas as renas que tinham se inscrito para serem as renas substitutas. Distraído, pegou uma cartinha e começou a ler. Leu a segunda, a terceira, a quarta. Pareciam todas iguais. Até que, no meio delas, uma era diferente. Muito diferente. Dizia assim:

'Prezadas renas do Papai Noel,

gostaria de apresentar uma rena como possível substituta. Trata-se de meu filho, Camilo.

Camilo é jovem e bem-disposto. Estudioso, carinhoso, íntegro, um filho sem igual. Mas ele nasceu com uma diferença em uma de suas patas: ela é mais curta do que as outras. Por isso, Camilo anda mancando. Por toda vida, meu filho tem ouvido que sua pata veio com defeito. Eu acredito que não é defeito, é uma singularidade – que ele compensa tendo inúmeras outras qualidades. Mas tem sido difícil fazê-lo acreditar em mim. Se tem alguém que pode fazê-lo, certamente são vocês, por isso peço que considerem a candidatura de meu filho como rena substituta.

Atenciosamente, Sr. Arturo.'

  • Meu Deus! - exclamou Rodolfo. - Como deixamos passar esta carta! Quantas será que temos assim?

Rodolfo viu, assustado, que, preocupadas com a juventude e força, as renas poderiam ter deixado passar o quesito mais importante: a pureza de coração. Sabia que não havia muito tempo e não teria como verificar todas as cartas. 'Vou fazer o que está ao meu alcance!', pensou, e ligou, na mesma hora, para o pai de Camilo.

  • Seu Arturo?

  • Pois não?

  • Aqui é Rodolfo, a rena do nariz vermelho.

  • Senhor Rodolfo, quanta honra – Seu Arturo ficou emocionado com a ligação.

  • Escute, eu preciso que o senhor me traga o seu filho. Imediatamente.

  • Claro, claro. Ele vai poder ser uma das substitutas?

  • Traga-o, logo. Então veremos o que poderei fazer.

  • Está certo.

No dia seguinte, Seu Arturo levou Camilo para a casa de Rodolfo. O pai não tinha mentido, nem exagerado em nada. Camilo era um amor! E tinha mesmo uma pata bem mais curta do que as outras. Tímido, ele disse a Rodolfo:

  • Eu soube que o treinamento inclui corrida na neve. Mas eu não consigo correr muito rápido. Por causa da minha pata...

  • Seu treinamento não será assim. Eu preciso de outra coisa, de você.

E assim, Rodolfo começou o treinamento secreto de Camilo, no pouco tempo que restava antes da corrida entre as novas renas. Na véspera, pediu uma audiência com Papai Noel. Contou de tudo o que havia acontecido, até então: sua preocupação em não serem mais velozes o suficiente, a procura e treinamento pelas renas substitutas e a corrida para eleger as que estavam aptas a exercer a função. No final, fez um pedido:

  • Tudo o que peço, Papai Noel, é que o senho esteja presente amanhã à corrida.

  • Claro que estarei, Rodolfo. Se eu soubesse disto tudo, já estaria participando há mais tempo...

No dia seguinte, no alto de um morro, todas as renas e suas discípulas estavam reunidas, prontas para começar a corrida. Chegaram, então, Rodolfo, com Camilo ao seu lado.

  • Você veio ser o juiz da corrida? - perguntou Cometa.

  • É uma boa ideia! - exclamou Raposa – Afinal, Rodolfo não treinou nenhuma rena.

  • Treinei, sim. - interrompeu Rodolfo. - E quero apresentar a vocês esta rena, Camilo.

  • Olá, Camilo – disseram todas as renas.

Antes que tivessem tempo de continuar a apresentação, Papai Noel chegou.

  • Olá. Então, vocês não iam me convidar para a corrida?

As renas ficaram sem graça em perceber sua gafe. Dançarina apressou-se em dizer:

  • Não queríamos chateá-lo por nada. Ainda mais nesta época, em que está tão atarefado...

  • Muito bem – disse Papai Noel. - Mas, agora estou aqui. Vamos lá, mostrem-me do que suas renas são capazes.

As renas então correram para ajeitar suas alunas na linha de saída. Estavam eufóricas. Camilo olhou para Rodolfo que fez-lhe um sinal. Um sinal bem claro 'não vá ali!'.

Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago fizeram um sinal para Papai Noel, que disse 'corram!' e todas as renas substitutas saíram correndo. Todas, menos Camilo.

As renas substitutas estavam mesmo bem treinadas: subiram e desceram morros puxando o pesado trenó. Na linha de chegada, era difícil determinar qual grupo tinha sido o vencedor: todos chegaram praticamente ao mesmo tempo.

Todos olhavam para Papai Noel, que olhou para Rodolfo e perguntou:

  • E então? A sua rena não vai correr?

  • Não. A minha rena vai voar! Dê-lhe seu sopro, por favor.

Papai Noel aproximou-se de Camilo e soprou de leve seu focinho. No mesmo instante, ele começou a flutuar. Rodolfo fez-lhe um sinal para que se atrelasse ao trenó e Camilo obedeceu. No minuto seguinte, a rena com a pata mais curta, levantava voo, puxando, sozinha, o pesado trenó de Papai Noel,

Todas as renas ficaram encantadas com o voo de Camilo, que parecia bailar nos céus. Quando ele pousou, todos lhe aplaudiram. Rodolfo, então, disse:

  • Amigos, ficamos tão preocupados em atrasar nossa entrega que esquecemos do que realmente importava. Não é nossa força, nossa velocidade. É o nosso amor! Fazemos nosso trabalho com amor e sempre tivemos a magia do Natal ao nosso lado. E sempre teremos. Não precisamos nos aposentar, contanto que continuemos exercendo nossa função com todo amor.

  • É isto mesmo! - disse Papai Noel – É a pureza do coração de uma rena que conta, não sua força. Foi por isto que vocês foram escolhidas, entre tantas outras.

    E poderão exercer esta função para sempre. Mas, se vocês estão cansadas, tenho uma proposta...

E, a partir de então, Papai Noel começou a contar com quarenta renas para ajudá-lo, o ano todo. Além de suas nove renas principais, havia agora ainda as trinta e uma rena substitutas. Camilo ganhou um nariz vermelho e passou a conduzir as demais. E, agora, as renas principais treinam e fazem o voo na noite de Natal. Mas, todas as outras funções são delegadas às renas substitutas. Todos ficaram felizes com esta solução. Especialmente o Coelhinho da Páscoa que, agora, pede sempre as renas substitutas emprestadas para distribuir seus chocolates...

1 comentários:

sótotestandoissaaqui disse...

man, o khan academy fez exercicio desse exercicio
mds

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